Certificação de produto pela Norma ABNT NBR 16612

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Hoje vamos falar rapidamente sobre a certificação de produto de um cabo fotovoltaico pela norma ABNT NBR 16612. Porém antes disso, vamos a alguns conceitos básicos.

Em meados da segunda metade do século XVIII, teve início na Inglaterra e posteriormente no mundo civilizado, a chamada Revolução Industrial, onde o emprego de máquinas e de novos processos produtivos aceleraram a manufatura de bem de consumo, máquinas e equipamentos, agricultura, entre outros. Um exemplo disso foi o que aconteceu com itens de vestuário, que eram manufaturados artesanalmente por pessoas especializadas, tornando o seu processo de confecção, desde o plantio e colheita do algodão, fiação, tecelagem, estampagem, corte e costura etc., lentos e caros. A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento e mecanização do processo produtivo, esses itens passaram a ser produzidos em larga escala, barateando custos e tornando-os mais acessíveis à população. Antes disso, roupas eram passadas de geração a geração, sendo inclusive itens da partilha de herança de família, dado o seu alto custo.

A partir daí, o mercado foi gradativamente sendo inundado com incontáveis itens manufaturados, a custos mais acessíveis a maioria da população. Porém, como um mesmo item podia ser fabricado por empresas diferentes, começaram a surgir as diferenças de qualidade, segurança e confiabilidade inerente a cada fabricante.

No final do século XIX e início do século XX, começaram a surgir associações preocupadas com a padronização, qualidade e segurança desses itens. Essas associações estabeleceram regras, diretrizes, ou características acerca de um material, produto, processo ou serviço, através de uma “norma técnica”, criada na maioria das vezes, por especialistas.

Com o passar do tempo, mais materiais, produtos, processos e serviços passaram a ser regulamentados por essas normas.

Porém, com o passar do tempo, tornou-se necessário que uma “entidade confiável” certificasse que um determinado material, produto, processo ou serviço estivesse dentro das exigências dessas normas específicas.

Passaram então a existir organismos de certificação, que certificavam que um determinado item, seja ele um material, produto, processo ou serviço, cumpria os requisitos de uma determinada norma. Isso era feito através de um certificado.

Como exemplo dessas empresas podemos citar as alemãs, TÜV Hassen, TÜV SÜD, TÜV Nord, TÜV Saarland, TÜV Thüringen, TÜV Rheinland, além da austríaca TÜV Austria. Só por curiosidade, “TÜV” vem do alemão “Technischer Überwachungsverein”, que significa em tradução livre, Associação de Inspeção Técnica. Portanto “TÜV” não é um documento, nem uma empresa específica ou muito menos uma norma em particular. Um cabo certificado pela norma ABNT NBR 16612 não tem “TÜV”. Ele tem um Certificado de Conformidade do Produto, com a norma ABNT NBR 16612, emitido por um Organismo de Certificação de Produto, acreditado pelo Inmetro. Essa empresa certificadora pode ser qualquer uma, desde que seja acreditada pelo Inmetro para esta função (certificação).

E além das alemãs, existem inúmeras outras como a também renomada UL (Underwrites Laboratories), a Bureau Veritas, Ability, etc., além da própria ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que também possuem uma divisão de certificação.  Lembrando que nem todas as empresas citadas acima certificam todos os materiais, produtos, processos ou serviços. Algumas delas focam em materiais, outras em serviços, outras ainda em produtos e assim por diante.

Todas essas empresas certificadoras são auditadas por órgãos específicos em cada um dos países que atuam. No caso do Brasil, elas são acreditadas pelo Inmetro.

O fato de uma norma ou instrução normativa existir, não significa que ela seja obrigatória, a não ser que alguma entidade com competência para tal, a torne obrigatória.

Voltando ao nosso universo de cabos fotovoltaicos, a norma que rege a sua concepção, é a ABNT NBR 16612. Ela especifica as condições de uso, testes de durabilidade, materiais, etc., dos cabos fotovoltaicos no Brasil.

No Brasil, a certificação dos cabos fotovoltaicos por essa norma ainda é voluntária. O Inmetro ainda não tornou essa certificação como compulsória (mandatória). Porém, a expectativa é que isso ocorra em breve.

As vantagens da certificação do produto pela norma são:

  • Segurança Aos Consumidores: a certificação de produto permite que os consumidores saibam que um determinado produto é seguro e confiável. É uma referência de segurança do produto, um guia que os leva a fabricantes confiáveis.
  • Atendimento aos Requisitos Regulamentares: a certificação atesta que o produto foi fabricado de forma a respeitar e atender aos requisitos de uma norma ou regulamento técnico, cumprindo os requisitos mínimos necessários.
  • Vantagem Competitiva: mesmo que a certificação do produto seja voluntária, ela representa uma importante vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Dependendo do mercado em que a empresa atua, ter um produto certificado pode significar a diferença entre o sucesso ou fracasso das vendas.
  • Garantia de Conformidade: a certificação (voluntária ou compulsória) garante ao consumidor que aquele produto foi fabricado de forma a respeitar e atender aos requisitos de uma norma ou regulamento técnico. Assim, a garantia da conformidade influencia diretamente na decisão de compra do consumidor.
  • Credibilidade Da Marca: ter produtos certificados, de maneira compulsória ou voluntaria, dá para a empresa mais credibilidade no mercado, através da percepção tida pelos consumidores de que aquela empresa está comprometida com a segurança de seus produtos e com a satisfação de seus clientes.

CONCLUSÃO:

Embora ainda não compulsória, a cerificação do produto tem um peso enorme, tanto para a credibilidade da marca, segurança para os consumidores como para a melhoria da qualidade do segmento, como um todo.

Entendendo essa conjuntura, a New Cabos já possui a certificação voluntária de todos os seus cabos fotovoltaicos, garantindo assim o seu compromisso com a qualidade e segurança dos nossos clientes, diretos e indiretos e do consumidor final!

BIBLIOGRAFIA:

1TÜV Hassen GmbH (Darmstadt, Deutschland)https://www.tuev-hessen.de
2TÜV SÜD GmbH (München, Deutschland)https://www.tuvsud.com/de-de
3TÜV Nord GmbH (Hannover, Deutschland)https://www.tuev-nord.de/de
4TÜV Saarland GmbH (Sulzbach/Saar, Deutschland)https://www.tuev-saar.de
5TÜV Thüringen GmbH (Erfurt, Deutschland)https://thueringen.de
6TÜV Rheinland GmbH (Köln, Deutschland)https://www.tuv.com/germany/de
7TÜV Austria GmbH (Österreich)https://www.tuv.at
8UL (Northbrook, IL, USA)https://www.ul.com
9Bureal Veritas S.A.  (Neuilly-sur-Seine, Paris, France)https://www.bureauveritas.fr
10Ability Certificadora (Rio de Janeiro, RJ, Brasil)https://www.abilitycertificadora.com.br
11BRICShttps://www.brics-ocp.com.br
12Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNThttps://www.abnt.org.br 
13Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologiahttps://www.gov.br/Inmetro/pt-br 

SOBRE O AUTOR

Wagner Boudart

Wagner Boudart é graduado em Tecnologia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), tendo trabalhado em indústrias multinacionais de grande porte, nas áreas de Engenharia Industrial e como “New Product Launch”. Possui diversos cursos, inclusive internacionais, tendo trabalhado na Alemanha, Hungria, Estados Unidos da América, entre outros lugares. Atualmente é responsável pelas Engenharias de Produto, Industrial e de Qualidade da New Cabos Ltda, fabricante de cabos fotovoltaicos.

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